De acordo com Novaes (2007), inicialmente o conceito de logística estava ligado às operações militares. Os generais decidiam avançar suas tropas seguindo uma estratégia, as quais necessitavam de equipes que providenciassem o deslocamento na hora certa, de munição, equipamentos e socorro médico.
Com um aumento da circulação de mercadorias e a pressão incessante por reduzir custos e aumentar as vendas, as empresas voltaram os olhos para a importância de desenvolver uma cadeia de suprimentos eficiente, utilizando então a logística.
Segundo Bowersox e Closs (2004), atualmente a logística envolveu a integração de informações, transporte, estoque, armazenamento e manuseio de embalagem.
[...] a logística é a parte do gerenciamento da cadeia de suprimento responsável pelo planejamento, implementação e controle, de modo eficiente e eficaz, do fluxo e armazenagem de produtos (bens ou serviços) e informações relacionadas, do ponto de origem até o ponto de consumo, com vistas ao atendimento das necessidades dos clientes. (WANKE apud CONCIL OF LOGISTICS MANEGEMENT – CLM, 2003, p. 28)
Assim, conforme Bowersox e Closs (2004) a razão de existir da logística é atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo total possível. Para isso é necessário desenvolver a competência logística através da coordenação de um projeto de rede, informação, transporte, estoque e armazenagem, manuseio de materiais e embalagem.
2.2. Supply Chain Management-SCM
Wanke (2003) apud Global Supply Chain Forum diz que gerenciamento da cadeia de suprimento consiste na integração dos principais processos de negócio a partir do consumidor final para o fornecedor inicial de produtos, serviços e informações que adicionam valor. Novaes (2007) complementa que com o Supply Chain Management-SCM, as empresas passam a tratar a logística de forma estratégica, passando a ser usada como elemento diferenciador, na busca de maiores fatias no mercado. Além disso, para Ballou (2006), o gerenciamento da cadeia de suprimento destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística, e produção no âmbito de uma empresa.
Consequentemente, de acordo com Novaes (2007) diz que a integração entre os processos da cadeia de suprimentos continua a ser feita em termos de fluxo de materiais, de informação e de dinheiro, mas agora os participantes atuam de forma estratégica, buscando reduções de custo, menos desperdício e agregação de valor para o consumidor final. Sendo que para diminuir as rupturas dos processos o intercâmbio de informações deve ser sempre intenso.
Assim, segundo Fleury (2000), evidencia-se que a implementação do conceito de SCM exige mudanças significativas tanto nos procedimentos internos quanto nos externos, principalmente no que diz respeito ao relacionamento com clientes e fornecedores.
2.2.1 Compras
Para Dias (2009), a área de compras vem a cada ano sofrendo reformulações na sua estrutura. De tempos em tempos esse sistema vem sendo aperfeiçoado.
No sistema de compras utiliza-se a “solicitação de compras, que é um documento que dá a autorização para o comprador executar uma compra” (Dias, 2009, pág.241)
Dias (2009) ainda se refere a cotação de preços, que é o registro do preço obtido da oferta de diversos fornecedores em relação ao material cuja compra foi solicitada.
Há também o pedido de compra, que de acordo com Dias (2009), é um contrato formal entre a empresa e o fornecedor, devendo representar fielmente todas as condições em que foi feita a negociação.
O pedido de compra tem força de contrato e a sua aceitação pelo fornecedor implica o atendimento de todas as condições ai estipuladas, tais como: quantidade, qualidade, frequência de entregas, prazos, preços e local de entrega. (DIAS, 2009, pág. 248).
Dias (2009), diz que um comprador eficaz deve manter um arquivo em que deve registrar a vida do produto, controlando todas as fases do processo de compra. Este deve ser mantido atualizado a fim de que possa ser devidamente consultado a qualquer momento.
De acordo com Ballou (2006), as compras envolvem a aquisição de matérias-primas, suprimentos e componentes para o conjunto da organização. Este ocupa uma posição importante na maioria das organizações, de 40 a 60% do valor final das vendas de qualquer produto.
2.2.2 Recebimento de Materiais
Segundo Dias (2005), o setor de Recebimento de Materiais desempenha as funções de desembalagem dos bens recebidos e verificação das quantidades. O setor de recebimento deve conferir as quantidades recebidas com as quantidades devidamente compradas, mesmo que haja entregas parciais.
Quando a encomenda for, toda ou em parte, rejeitada, uma comunicação imediata é feita ao setor de Compras, que pode ser realizada pelo próprio relatório de recebimento e inspeção de materiais. Em seguida, o setor de Compras informará o fornecedor do ocorrido e providenciará a devolução dos bens rejeitados. (DIAS, 2005,p. 300).
Dias (2005) reforça que, em algumas situações, há necessidade de uma verificação mais complexa dos materiais, utiliza-se então o serviço de Inspeção de Recebimento cuja principal atribuição é verificar se os bens recebidos estão de acordo com as especificações. Muitas vezes, exigindo testes de laboratório em amostras do material recebido.
2.2.3 Estoque, armazenagem, manuseio de materiais e embalagem
As necessidades de estoque de uma empresa dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente. O objetivo básico da gerencia de estoque é obter máxima rotatividade satisfazendo, ao mesmo tempo, os compromissos com o cliente. Uma política de estoque adequada é baseada em cinco questões relativas ao processo de alocação seletiva: segmentação de clientes, especificidade de produtos, integração do transporte, necessidades relativas a operações baseadas no tempo e desempenho competitivo. “A chave para uma logística segmentada eficaz está no planejamento das prioridades de estoque”. (Bowersox e Closs, 2004, p.42)
Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras. Todos nós sabemos da importância do controle de estoques dentro de uma empresa, quanto mais organizado maior é a redução de custo, portanto é preciso ter cautela em relação ao tempo de armazenagem quando a empresa precisa manter uma grande quantidade de produtos ou insumos estocados, isso normalmente ocorre com o armazenamento inadequado. Para evitar este tipo de problema é preciso planejar a compra de materiais numa quantidade suficiente em que à produção consuma respeitando o prazo de validade, lembrando que isso depende da forma de armazenagem. Nem sempre a armazenagem para segurança é a melhor solução, uma nova compra pode custar menos que seu armazenamento.
Para Bowersox e Closs (2001) o estudo do estoque é de grande importância nas empresas, tanto que é um dos principais alvos por parte dos gestores, pois qualquer problema no setor acarreta em uma série de outros problemas em todo o sistema.
Segundo Bowersox e Closs (2004), as funções de armazenagem, manuseio e embalagem, também são partes integrantes do processo, mas não têm status independente das outras. Na verdade, fazem parte de outras áreas da logística.
[...] as mercadorias necessitam ser armazenadas em momentos específicos durante o processo logístico. Os veículos de transporte exigem manuseio de materiais para carregá-los eficientemente. Por fim, os produtos são manuseados de uma maneira mais eficiente quando embalados em quantidade, em caixas de papelão ou em outros tipos de embalagem. (BOWERSOX e CLOSS, 2004, p.42)
2.2.4 Transporte e suprimentos
Conforme Ballou (1993), o transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maior parte das empresas. Assim dividido em cinco modos básicos de transportes, estes são os modais: ferrovia, hidrovia, rodovia dutos e aerovias. Cada um com custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos.
Então se esclarece que, quando houver alternativas de fontes de suprimento no canal de distribuição, a escolha de transporte se tornará em uma decisão conjunta do comprador com o fornecedor. “Há também o serviço unimodal e multimodal, quando dois ou mais modos individuais de transporte são envolvidos num único despacho.” (BALLOU, 1993, p126).
Assim para Bowersox e Closs (2004) o projeto de sistemas logísticos, deve-se procurar manter um equilíbrio sutil entre custo de transporte e qualidade de serviço. Três fatores são fundamentais para o desempenho do transporte: custo, velocidade e consistência.
Segundo Bowersox e Closs (2004), o transporte é a área da logística que posiciona geograficamente o estoque.
2.2.5 Projeto de rede logistica
De acordo com Bowersox e Closs (2004), o projeto de rede é uma responsabilidade básica da gerencia da logística. A determinação da quantidade necessária de cada tipo de instalação, sua localização geográfica e o trabalho a ser executado em cada um, é uma das questões mais importantes. Independentemente de quem executa as operações, todas as instalações devem ser gerenciadas como uma parte integrante da rede logística da empresa.
2.2.6 A importância da gestão da informação
A informação é de fundamental importância para empresa. Ela deve ser processada de forma estruturada e procurar atender as necessidades de cada usuário.
Para Bowersox e Closs (2004) cada erro na composição das necessidades de informação cria uma provável ruptura na cadeia de suprimento, por isso é necessário o gerenciamento dos processos e integrar todas as informações da organização. As organizações que buscam sustentabilidade estão aprendendo a utilizar informação para elaborar soluções logísticas únicas e inovadoras
Para Bowersox e Closs (2004), a vantagem do fluxo rápido de informação está diretamente relacionada com o equilíbrio dos procedimentos de trabalho. Se há o intercambio eletrônico de dados (EDI – Eletronic Date Interchange), as entregas podem ser ainda mais rápidas com um custo total mais baixo. Quanto mais eficiente for o projeto do sistema logístico de uma empresa, mais precisas deverão ser as informações.
2.3. Logística reversa
Para Lacerda (2003), logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processamento e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado.
Lacerda (2003) diz que este processo é geralmente composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos, dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou descarte.
Uma das maiores dificuldades na logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico, contingencial e não como um processo regular. Ter processos corretamente mapeados e procedimentos padronizados é condição fundamental para se obter controle e conseguir melhorias. (LACERDA, 2003, p 480)
O principal objetivo da logística reversa é o reaproveitamento, é a reciclagem de produtos e materiais, com a reutilização destes na cadeia de valor, evitando uma nova busca por recursos na natureza e permitindo um descarte ambientalmente correto.
2.4 Automação na armazenagem
Para Lacerda (2000), a implantação de sistemas automáticos, é uma reação às demandas de um novo ambiente de negócios, com clientes mais exigentes e competição acirrada, levando as empresas, muitas vezes, a implementar mudanças radicais nas estruturas de armazenagem e distribuição.
Lacerda (2000) se refere aos projetos de automação como sendo complexos por integrar várias tecnologias relacionadas ao sistema de gerenciamento. Dependendo da extensão da integração com clientes e fornecedores, poderão envolver também sistemas eletrônicos de troca de dados (EDI).
O processo de adoção de novas tecnologias pode revolucionar a empresa ou pode trazer grandes dores de cabeça: tudo dependerá da abordagem utilizada e de sua adequação ao sistema em questão. Para minimizar os riscos envolvidos e maximizar o retorno sobre o investimento a ser realizado, é recomendável seguir um processo estruturado de planejamento e implementação. (FLEURY et AL, 2000,p 170).
Assim de acordo com Lacerda (2000), o desenvolvimento de um projeto típico de automação pode ser dividido em três grandes fases:
• Preparação: tem como principais atividades a formalização dos objetivos do projeto e a formação da equipe responsável por seu planejamento e implementação;
• Definição: São criados novos processos e daí são definidos os softwares que darão suporte à operação, bem como os equipamentos de movimentação e estocagem;
• Implementação: Quando são adquiridos os itens necessários, o pessoal é treinado, os equipamentos são testados e colocados em operação.
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